A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte no Brasil e no mundo; e o número vem aumentando principalmente devido ao envelhecimento e adoecimento da população.
O que poderíamos fazer para tentar minimizar este risco?
Além dos fatores de risco clássicos (hipertensão arterial, diabetes, obesidade, colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo e história familiar), tem sido notado diferente carga de DCV em diferentes populações, havendo também a influência comportamental na doença.
Com intuito de difundir este conhecimento, a Sociedade Brasileira de Cardiologia atualizou sua diretriz de Prevenção Cardiovascular em 2019, incluindo a avaliação da espiritualidade.
A fé tem sido identificada como poderosa força mobilizadora na vida de indivíduos e comunidades. Proporcionar um adequado suporte espiritual e religioso beneficia o paciente, equipe e até mesmo o sistema de saúde. Para tal, se faz necessário compreender o significado de religião, religiosidade e espiritualidade.
• Religião: infere conexões com divindade, outras pessoas ou com suas crenças e valores; características institucionais, sociais, doutrinárias e denominacionais de experiências vividas
• Religiosidade: o quanto se acredita e pratica uma religião.
• Espiritualidade: “é um conjunto de valores morais, mentais e emocionais que norteiam pensamentos, comportamentos e atitudes nas circunstâncias da vida de relacionamento intra e interpessoal”
Tanto os ateus quanto os agnósticos, embora não acreditando ou sendo incertos sobre a existência de Deus, ainda assim possuem uma forma de espiritualidade baseada na filosofia existencial, encontrando significado, propósito e realização na própria vida. A espiritualidade evoca preocupações, compaixão e uma sensação de conexão com algo maior além de nós mesmos.
Cuidar de um paciente envolve entender as crenças do paciente, identificar aspectos que interferem nos cuidados de saúde, avaliar a força espiritual individual, familiar ou social que lhe permitirá enfrentar a doença. É fundamental que seja oferecido empatia e apoio, ajudando a encontrar aceitação da doença e identificar situações de conflito ou sofrimento espiritual que exigirão avaliação por um profissional capacitado
A proteção do seu coração dependerá também de um melhor cuidado da sua mente.
Referência:
Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2019; 113(4):787-891