A catarata, o glaucoma, a retinopatia diabética, a degeneração macular, a síndrome do olho seco e a conjuntivite são as doenças oculares mais prevalentes na população e possuem relação com a nutrição!

A alimentação e a suplementação integradas, são importantes aliadas para complementar o cuidado efetivo e até auxiliar na prevenção de algumas dessas desordens. Alguns nutrientes, como a luteína, zeaxantina, vitamina C, vitamina E, vitamina A, zinco e um dos mais importantes, o ômega-3 são chaves para isso, pois atuam ou até mesmo fazem parte dos componentes oculares, como a retina e a mácula.

A ciência compila estudos sobre essa associação! Uma meta-análise conduzida por Giannaccare et al. (2018) avaliou estudos clínicos randomizados sobre a eficácia da suplementação com ômega-3 no tratamento da Síndrome do Olho Seco. O grupo de intervenção, quando comparado ao controle, demonstrou redução significativa dos sintomas e sinais, além da melhora dos testes de Schimer (avalia a eficiência da produção lacrimal) e do Tempo de Ruptura do Filme Lacrimal (avalia o grau de proteção da superfície ocular oferecido pela lágrima).

Já em relação ao glaucoma, uma revisão conduzida por Pinazo-Duran et al. (2018), avaliou o impacto de diversas estratégias antioxidantes para reduzir o estresse oxidativo em indivíduos com essa doença, reunindo diversos estudos que demonstram que o ômega-3, assim como outros nutrientes, auxilia na regulação da pressão intraocular e protege as células ganglionares da retina contra os danos gerados pelos radicais livres.

Além disso, dois dos principais fatores desencadeadores das patologias citadas acima, são a inflamação e o estresse oxidativo. Este ocorre devido à exposição a longo prazo a diversos agentes, como, raios ultravioleta e toxinas ambientais, sendo assim, a suplementação com ômega-3 indicada para auxiliar no controle dessas desordens devido às suas ações antioxidante e anti-inflamatória. A suplementação com ômega-3 pode ser uma aliada no tratamento e na prevenção de doenças oculares, devendo também ser levada em consideração uma rotina adequada de condutas alimentares.

Para ingerir o ômega-3 por meio da dieta, introduza alimentos como, linhaça, chia, soja e nozes, entretanto, para se obter além do ômega-3, mais do ácido eicosapentaenoico (EPA) e do ácido docosahexaenoico (DHA), prefira algas marinhas e alguns peixes como a sardinha.

Quanto à suplementação de ômega-3, escolha sempre os que contenham o certificado de pureza, embalagens escuras, vitamina E na composição, tome junto com grandes refeições e em uma dose de 1.000mg, pelo menos a metade da composição deve ser de EPA e DHA.

A vitamina A (retinol) é um componente dos pigmentos visuais de cones e bastonetes, ambos situados na retina, porção dos olhos sensível à luz. Os cones são responsáveis pela visão das cores em luminosidade intensa, e os bastonetes, os responsáveis, principalmente, pela visão em luminosidade baixa e no escuro. Quando há diminuição do retinol circulante, a cegueira noturna pode aparecer, sendo o distúrbio funcional mais precoce da hipovitaminose A. Os alimentos que fornecem vitamina A na forma ativa são os de origem animal, sendo as fontes mais ricas: fígado, leite e derivados integrais e ovos. Os de origem vegetal contêm precursores da vitamina A que são os carotenoides, particularmente o β-caroteno, com atividade pró-vitamínica A de até 100%.

O zinco é um mineral essencial para a produção da proteína ligadora de retinol (RBP) e, portanto, para a mobilização e para o transporte de vitamina A do fígado para a circulação. Além disso, esse mineral é fundamental na conversão do β-caroteno em retinol, por meio de uma ação enzimática. As principais fontes alimentares de zinco são ostras, camarão, carnes bovina, de frango e de peixe, fígado, gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos; as frutas, hortaliças e outros vegetais em geral são fontes pobres do mineral.

Outros potencializadores populares da saúde ocular são os carotenoides luteína e o seu isômero natural, a zeaxantina. Eles são considerados os maiores componentes do pigmento macular, definem-se por fitoquímicos encontrados naturalmente em plantas conhecidas pela proteção dos olhos contra os danos da luz. Dentre esses alimentos, destacam-se manjericão, couve, brócolis, cenoura, pistache, gema de ovo e abacate. Tanto a luteína quanto a zeaxantina gostam de elaborações que contenham gorduras, então vale a pena investir em pratos com azeite de oliva extravirgem, guacamole, oleaginosas, dentre outras.

Pesquisas observacionais mostram que a luteína ajuda a diminuir o risco de doenças oculares relacionadas com a idade, como degeneração macular (DM) e catarata, que são causas comuns de perda de visão e cegueira eventual em idosos de todo o mundo. Estudos clínicos realizados em pacientes com essas doenças, sugerem que os suplementos a base desse fitoquímico, podem aperfeiçoar o estado de luteína no olho e ajudar a melhorar a visão. Como todos os carotenoides, a luteína não é produzida pelo corpo humano, logo, devemos ingerir suas fontes alimentares diariamente.

* pensei que seria legal uma receita/refeição:

– Salada de folhas e grão de bico, temperar com molho feito de: mostarda + tahine + mel + azeite oliva extravirgem + sementes de chia e linhaça + limão. Acerte o sal se for preciso;

– Purê de cenoura: cozinhe 2 cenouras no vapor, bata no mixer com 1 dente de alho, cebola a gosto e 1 colher de sobremesa de manteiga (sem sal e sempre com fermento lácteo). Acrescente noz-moscada e cheiro verde a gosto.

 – Filé de peixe, frango ou carne: deixe no tempero de ervas e especiarias, depois passe no ovo e numa farinha feita de nozes e amêndoas, e então, é só grelhar ou assar.