Espiritualidade não é, necessariamente, religião. As religiões são o exercício da espiritualidade. O ser humano não é exclusivamente “matéria”. Somos constituídos de, também, uma dimensão “além da material”: “a transcendência”.  Nome meio estanho mas que explica o (s) por quê (s) não nos conformamos com todos os fatos do nosso viver. Temos inquietações, dúvidas, perguntas que realmente nos incomodam até mesmo por uma existência inteira. Crer, ter fé, confiar em Deus, não importa o nome que alguém dê a Ele, é experimentar viver os fatos da vida, de uma existência inteira, com um olhar que vai além do que a simples razão, inteligência e conhecimento intelectual, possam explicar.  É simples, porém não é fácil passar da condição de querer explicações de tudo para o aceitar e constatar o que os fatos, experiências e, principalmente, nossas decisões podem nos “revelar”, esclarecer e ensinar sobre nós, nossa vida e existência.

Por incrível que pareça, e a maioria vai concordar comigo, é justamente nas dores do corpo e da alma que nos abrimos para vivenciar a descoberta de uma espiritualidade presente em nós que é pujante, corajosa, firme mesmo não impedindo que choremos, duvidemos e até mesmo nos paralisemos em vários momentos do caminho.  A sua força está justamente em não nos deixar paralisados, inertes, presos em nós mesmos, em nossos “fundos de poço”, que vamos cavando envolvidos em auto piedade, medo, vergonha, solidão, frustração, e por aí vai…

Enfim espiritualidade é uma “relação” de confiança com Deus, que começa tímida, mas que para Ele isso não importa, pois Te conhece e nessa relação vai “revelar –te”             QUEM É VOCÊ, PARA QUÊ OU PARA QUEM VOCÊ EXISTE”, mesmo nas várias dores, rejeições, incompreensões, e que VOCÊ TEM VALOR.

A doença, qualquer uma, revela, para nós, nossas fragilidades, mas o seu enfrentamento, o tratamento e a espiritualidade, revelam, para nós, as nossas forças. Para nossa surpresa, revela também para nós uma outra pessoa que não conhecíamos. As nossas atitudes de coragem, apesar dos medos, força apesar das fragilidades, esperança apesar dos “diagnósticos” técnicos, e dos outros, consolidam um processo de cura de dentro prá fora. Como fazer? O que fazer?

Agora eu posso falar da minha experiência pessoal, como esposo, pai, filho… Dialogar!!! Um diálogo franco, verdadeiro, sem pudores em três níveis: com você, com os outros e com Deus. Não se contente com a dúvida. Ela vai produzir a atitude de fé após você iniciar a busca por respostas. E este espaço aqui é um bom lugar prá começar e aprofundar sua busca. Tenho certeza que o “IMQI” é uma fonte, um oásis de amor, solidariedade e esperança em meio a um desertão de medos, inseguranças, incertezas e solidão. Sou cristão, católico e a Palavra de Deus, a Bíblia, para mim, é uma das fontes para “dialogar, ouvir, encontrar” caminhos de respostas, todos os dias, logo pela manhã e durante o dia vou entendo o que “Ele” quis me dizer.

Tem um texto, entre tantos, ao qual recorro para me abastecer quando preciso de respostas:

“Justificados pois pela fé, tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso pela a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da ia dos filhos de Deus. E não somente (nesta esperança) mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência (produz) a perseverança, a perseverança (produz) a esperança e a esperança não decepciona, porque o amor de Cristo foi derramado em nossos corações pelo Seu Espírito Santo, que nos foi dado”. (Romanos 5, 1-5). Caso queira pode ler todo o capítulo 5.

Enfim, a boa notícia é que não estamos sozinhos e somos muito mais do que percebemos ou imaginamos a respeito de nós mesmos. Para nós e para os outros.

Você tem valor, merece amor, e Deus tem para te dar e oferecer também através de você.

Muita Paz!